Você já leu "Senhora - Diva", de José de Alencar? E já leu a adaptação, "Senhora - Bruxa"? Bom, eu li, tenho o livro adaptado.
De qualquer jeito, achei Rolling in The Deep a cara da Aurélia. Tipo, MESMO. É tão... Dor-de-Cotovelês... Tão... Melancólico... Tão... Perfeito... Bom, eu amo tragédias, então sou viciada nessa música. E... Deixa eu ver... Vou fazer aqui uma tragédia! Deixa eu ver:
A Perfeita Tragédia
Casamento marcado, terno alugado, vestido pronto, amigos convidados, noivo perfeito. Tudo parecia concordar com o casamento de Sara, que ia se casar com Miguel em alguns dias. Tirando uma pequena imperfeição que surgiu dias antes: Sara queria planejar alguns detalhes e foi na casa de Miguel. Não ligou antes de ir, não informou à ele, somente foi. Chegando no apartamento do mesmo, subiu ao décimo terceiro andar, bateu na porta.
- Quem é? - Perguntou a voz de Miguel atrás da porta.
- É a Sara. - Ela respondeu.
Depois ela escutou um barulho de uma cadeira caindo no chão, da cama ranger e de uma porta fechar. Logo depois Miguel apareceu, com a calça mal-vestida.
- Ah, oi Sara. Tudo bem? - Ele disse, sorrindo e ajustando o cinto da calça.
Sara, que sempre foi desconfiada, passou por ele com uma expressão desconfiada. Concluiu: Uma cadeira tinha caído.
- Miguel... Tem alguém aqui? - Ela perguntou.
- Que é isso? Tá pensando que sou o que? Claro que não tem ninguém aqui. - E Sara começou a caminhar pela casa, olhando em cada brecha dela. Miguel foi atrás - Olha, Sara, que foi? Tá desconfiada... Pare, Sara, pare. - E Sara abriu a porta do banheiro da suíte.
Deu de cara com uma ruiva, com certeza bêbada, na banheira. Um lençol era a única coisa que a cobria.
Miguel estava com a maior cara de arrependimento, mas Sara nem ligou, só saiu direto para seu Ford e foi embora na maior velocidade. Miguel foi atrás na Pagero Sport dele.
O problema: Sara, que tinha visto que Miguel estava atrás dela, se apressou mais ainda. Tanta velocidade que não viu o sinal fechado. E deu de frente com um Kia, a velocidade em que vinha fez seu carro voar e capotar 3 vezes. Na pressa e sem o cinto, Sara foi arremessada mais para a frente. Miguel saiu imediatamente de seu carro e foi até ela. Estava muito ferida.
Verificou o pulso. Teve a pior sensação de sua vida.
Sara estava morta.
A ambulância chegou minutos depois, e Miguel estava próximo ao corpo de Sara. Deitado sobre ela. Chorava pela morte de sua amada. Acontecera tão rápido que nem se dera conta; apenas vira o corpo voando mais à frente.
***
No hospital, confirmaram o que Miguel já sabia: Sara Letícia Donato morrera do impacto.
E a culpa era exclusivamente dele.
***
Estava sendo velado o corpo, os pais de sara, José e
Fátima, estavam lá, chorando. A familia, os muitos amigos de Sara, todos estavam de luto por ela.
Miguel entrou discretamente e sem ser notado. O caixão de Sara, estava um tipo de vidro como tampa, onde dava para se ver ela: trajara seu vestido de casamento, estava arrumada para como que fosse casar, segurava o buque, usava as luvas, a maquiagem feita, o cabelo amarrado. O sonho da vida de Sara sempre foi casar e ter filhos. Não conseguira ter isso por conta de Miguel.
Iam retirar o corpo para seguirem ao cemitério. Miguel se apressou e tirou do bolso uma das alianças, colocou em seu dedo, e, suavemente, colocou no de Sara. A morta guardava um sorriso nos lábios, aquele sorriso durou até que não restasse nada além de ossos.
- Me desculpa. Vai em paz. Te amo. - Disse ele, as ultimas palavras proferidas à Sara.
Em terras maiores que está sorria realmente seu espirito. Por que havia realizado um grande sonho: casar-se.
Caminhou até um lago de água cristalina tal qual ela conseguia ver suas roupas. Um vestido branco longo, de calda grande.
***
Um mês depois, Miguel já não aguentava mais, fumara todos os cigarros do pacote, tomara todos os drinks do bar. Sara era sua vida. E agora ela se fora. E não voltaria mais. E o sentido da vida dele estava perdido para sempre. Pois como disse Shakespeare:
Lembrar é fácil para quem tem memória.
Esquecer é difícil para quem tem coração.
E foi assim que o encontraram alguns dias depois em seu quarto, com uma faca enfiada no coração, e um sorriso nos lábios.
Não fora assassinato. Fora suicídio.
Talvez tivesse enfiado a faca no coração para que parasse de doer tanto quanto estava nos momentos que batera.
***
Em terras maiores, Sara ainda se olhava na cristalina água do rio, pois lá o tempo não passava, e sua beleza seria para sempre eterna.
Então chegara a próxima estação. E o lago congelou, e a neve aparecera, e sua roupa mudara para uma de frio.
E braços enroscaram-se de surpresa em seu pescoço, mas não era um gesto agressivo.
Era um abraço.
E sentiu um beijo em sua bochecha. E percebeu que era Miguel.
E sorriu.
E agora, com um ar mais "morticiador" e mais gótico, para todos os góticos: The Vampirete Jéssica's:
.jpg)
